A publicação do Decreto Presidencial nº 8.062, de 29/07/2013, obrigou a CR Madeira a rever seu planejamento de 2013. O Decreto contingencia o repasse de recursos em toda a administração pública federal, reduzindo os limites de empenho em diversas categorias de despesas, como diárias, passagens, pessoal terceirizado e material de consumo (expediente, combustíveis, dentre outros). A medida, que pretende equilibrar as contas do Governo Federal e garantir metas de superávit-primário, compromete severamente a execução das atividades programadas pela CR Madeira para 2013.
Para enfrentar esta situação, o Coordenador Regional da CR Madeira, Ivã Bocchini, convocou uma reunião do Núcleo Diretivo do Comitê Regional da CR Madeira, instância deliberativa paritária composta por servidores e representantes indígenas da área atendida pela FUNAI de Humaitá. Na ocasião, os presentes foram informados do conteúdo do Decreto e tiveram de trabalhar na priorização de algumas atividades previstas no Plano de Trabalho Anual em detrimento de outras.
Por unanimidade, decidimos por manter a atividade Indígenas em Trânsito, que consiste no apoio aos indígenas que se deslocam à área urbana do município de Humaitá para acessar serviços inexistentes nas aldeias, como bancos, cartórios, agências do INSS e outros. Por outro lado, cancelamos o mutirão social que estava previsto para ocorrer na região do Rodovia Transamazônica e Estanho que atenderia cerca de 16 aldeias Parintintin, Jiahui e Tenharim. Mantivemos somente o mutirão para as aldeias dos Jiahui e dos Tenharim do Igarapé Preto considerando a situação de maior vulnerabilidade dessas populações. Neste caso, os indígenas da CTL Auxiliadora não foram prejudicados, pois o mutirão em suas aldeias ocorreu no mês de maio (leia mais aqui).
Mantivemos, também, o projeto de Gestão Ambiental e Territorial Indígena – já em curso – onde os indígenas deverão realizar vigilâncias em seus territórios. Cancelamos, no entanto, diversas ações de monitoramento territorial, mantendo somente duas que deverão ocorrer nos locais de maior pressão de invasores.
Por fim, mantivemos o projeto Retorno Juma, por se tratar de atividade de impossível interrupção, não apenas em função da Ação Civil Pública impetrada pelo MPF contra a FUNAI, mas principalmente por acreditarmos ser este um dos principais trabalhos que a CR Madeira vem realizando ao garantir o retorno dos remanescentes Juma ao seu território tradicional (leia mais aqui).
Até que o repasse de recursos volte ao normal, outras atividades também foram suspensas, como a reunião do Comitê Regional que estava prevista para a próxima semana. A CR Madeira estava pronta para realizar importantíssima reunião com os representantes indígenas, além de 10 caciques convidados, que fariam o monitoramento da execução do Plano de Trabalho elaborado participativamente no início do ano. O Decreto inviabilizou a realização da reunião.
Manteremos os leitores do Blog da CR Madeira informados dos próximos desdobramentos.